28.2.08

Para chatear os imbecis...

Vou dizer o que a nilde vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no seu proprio pai, ela vê nele uma serenidade pura, e uma pureza serena e isso é mais importante que o carro que ele não tem.
Ela vê que ele é um sonhador incorrigivel, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela vê o que ele tem de invisivel para todos os outros.
Ela vê nele um retiro espiritual, um bloco de carnaval, a mais avançada das terapias, a sua chapação.
Ela vê que ele se emociona com as pequenas coisas e se revolta com as injustiças, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que ele prefere as picadas de mosquitos à acorda-la.
Ela vê que ele passa horas initerruptas na frente de um videogame, mas que a personagem principal do jogo sempre é ela.
Ela vê que ele erra feio, mas que acerta bonito, que ele é um lorde numa mesa de restaurante mas é um desajeitado pra se vestir.
Ela vê que ele não dá a mínima para os comportamentos padrões, ela vê o seu cabelo desarrumado, o cadarço desamarrado, o pijama furado, e desse conjunto ela sente o melhor abraço, um abraço do tamanho do mundo todinho.
Ela vê no sorriso de dentes separado, o mais doce de todos os sorrisos, e as mais graciosas covinhas que alguem possa ter.
Ela vê nele o melhor dos pais, dos filhos, dos amigos.
Ela não só vê, como toca e sente a sua pele com cheiro de roupa limpa.
Ela vê que ele não é o exemplo de experiência, mas que sabe, sabe muito de tudo, sabe muita coisa, sabe que ela o ama, e isso o basta.
E por isso ela o ama, por mais que ninguém entenda.

28.10.07

Back to black

Então do amor fez-se o pranto, e como todos aqui sabem, ao se tratar de pranto Nilde- sim, ela está de volta- não falha.
Todo amor só é bem grande se for triste, se eu bem me recordo. Pensemos nós, seguindo a linha de raciocínio, as mais belas formas de expressão, são as tristes, não digo as tristes, mas as expressas pela dor, pela perda. Corrijam-me se eu estiver errada, mas porque cargas d'agua então, existe tanta musica nostálgica, e tanto poema dor de cotovelo no mundo? Parece que quando tudo está lindo, ninguem tem tempo de pensar em expor a beleza. Todos esperam a merda feder, pra por a boca no trombone. Fui clara?
Pois é, a merda dela fedeu, e sim, ela resolveu voltar. Voltar pra que alguém- mesmo que seja você, maldito leitor mudo, que teima em fingir que eu não sei que tu me lêes- a compreenda.

Foi dada a largada, preparem-se, vai feder.

25.10.07

Nada.

EU. Eu porque hoje não tô afim de falar dela, nem de ninguém.

Hoje EU, que não interessa a você quem seja, acordei e bum. Nada aconteceu. Nada, nem um mísero desespero, uma topada com o dedo mindinho do pé, nenhum drama pessoal, espinhas na ponta do nariz, falta de luz, pé na bunda, proposta de emprego.

NADA.

Nada acontece, engraçado, não? E vocês, sabem qual é o pior disso tudo? É que nada eu faço pra que nada deixe de acontecer. A exatos dois meses e dez dias, eu faço nada, e nada faz mudar.

Vivo a cada dia a NADAR em uma delirante fantasia. E agora que tenho consciência disso, sabem o que eu vou fazer?

NADA.

23.4.07

A criação.




Em 1 Timóteo 2:13 e 14 diz:

" ...No início Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma, vazia, escura e coberta de água. O Espírito de Deus flutuava sobre a água. E Deus disse: "Haja luz", e ela apareceu. Deus viu que a luz era boa. Ele separou a luz da escuridão, e chamou a luz de "dia" e a escuridão de "noite". A tarde e a manhã foram o primeiro dia. Deus existe mesmo? Como podemos saber? Se Deus fez tudo, quem fez Deus?E Deus disse : "Que haja um grande espaço entre as águas debaixo do céu e as de cima". E Ele chamou o espaço de "céu". A tarde e a manhã foram o segundo dia.
Deus disse: "Que as águas debaixo do céu se ajuntem em um lugar, e que haja um espaço seco".
Ele chamou o lugar seco de "terra"; e chamou de "mares" o ajuntamento de águas. Deus viu que isso era bom. E Deus disse: "Que a terra produza ervas, plantas e árvores frutíferas"; e isso aconteceu, e Deus viu que tudo era bom. A noite tarde e a manhã foram o terceiro dia. Deus disse: "Que haja luzes no céu para determinarem as estações, os dias e os meses". Deus criou duas grandes luzes; o Sol para governar o dia, e a Lua para governar a noite. Ele criou também as estrelas, e as espalhou pelo céu para que iluminassem a Terra. Deus viu que isso era bom. A noite e a manhã foram o quarto dia. Deus disse: "Que as águas fiquem cheias de criaturas vivas, e que as aves voem pelo céu". Deus criou grandes animais marinhos e tudo o que se move nas águas. Criou peixes e aves, e viu que tudo era bom, e os abençoou dizendo: "Sejam frutíferos e se reproduzam". E a tarde e a manhã foram o quinto dia. Deus disse: "Que a terra se encha de criaturas vivas". Então ele criou os animais da terra, o gado e tudo que rasteja, para se reproduzirem; e Deus viu que isso era bom. E Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança".

E o Senhor formou o homem do pó da terra, e assoprou em suas narinas o sopro da vida, e o homem tornou-se uma alma vivente. Assim Deus criou o homem à sua imagem, e à imagem após quatro dias de sua criação, criou sua fêmea, seu par, sua irmã, seu incesto. Deus chamou o primeiro homem de Leão ; mais tarde, Leão chamou a mulher de Nilde. Nilde é igual a ele, nasceu pra ele, não presta.

O cara lá de cima, cansado de tanto nhenhenhem, resolveu injetar adrenalina na passagem bíblica! Tirou Nilde do paraíso do édem antes mesmo que o Leão nela pusesse as garras, a enviou para a terra do nunca. nunca chove. nunca faz calor. nunca cai manga encima do carro.
Enquanto isso no jardim do édem, leão come rapadura sob a sombra do cacto, ao som de lapada na rachada, canto lirico dos querubins edeanos.


Sofriam de multiplos disturbios psiquicos pós modernos, se alimentavam de pilulas da felicidade. tomavam dramim só pra aluir. neosaldina pra se convencer. targifor pra segurar. o prozac pra começar bem o dia, o dia bem. omeoprazol pra ulcera de estimação- anticorpo pra velho barreiro e outros vidrexes do genero. aspirina pra não coagular. lactopurga pra desenfezar. lexotan pra relaxar e rivotril pra induzir o sono.

Faziam rodizio de amilases salivares. Ouviam muito roquenrôl. Ele fumava um baseado, ela machucava a pele com agulhas a desenharem formas pelo seu corpo envenenado. Ele comia a menina do interior atrás do cacto, enquanto ela dormia e patinava em seu próprio vômito, em mais uma aventura com final junkie.
Mais perdidos que o wally, queriam muito, queriam tudo, sempre era pouco quando não era demais.

Dezoito anos, seis meses e dez dias então se passaram desde a criação de Leão. Leão estava à toa na vida, remelento e extrunchado no bar entregue às bebidas. Nilde resaqueada registrava em suas retinas turvas a imagem da sua semelhança. Trocaram um longo olhar, Leão sequer reparou, que sua Eva estava adiante, sob medida para os carinhos seus.



''...Para viverem felizes e em paz no lindo jardim, só
precisavam confiar na sabedoria de Deus, e respeitar a autoridade dele. Deveriam ser gratos e felizes pela vida e liberdade que tinham.... ''


E se você crê em deus, erga as mãos para o céu, e agradeça.

13.4.07

quanto tempo dura o seu cigarro?


como o queimar da palha

o entorpecer do trago

o excitar de bronquios

a dor do apagar

a cegueira do vício

a certeza do findar


seu ultimo durou meia dezena de dias.


21.3.07

Junkie Nilde Day.

Acompanhamos o que é ser, Nilde por um dia.

Syntroid duzentos miligramas, ou seriam cento e setenta e cinco? Que seja. Dois dedos d’água. Corretivo ocular. Máscara amplificadora de cílios. Leozinho. Close-up. Bom dia.

‘Entre por essa porta agora e diga que me adoooooooora, você tem meia hooooooooora....’ Pra chegar na unama: quinze minutos.

Afresco. Sono. Da Vinci. Sono. Botafogo. Sono. Carboidratos. Sono. Leozinho. Sono. Supermario. Sono. Putaqueopariu. Sono. Êmessieni. Sono. Leozinho. Sono. Grito!
Enfim, a Nilde acordou.

No espaço de tempo em que pensava nos quilos que ganhou, nos que ganharia se comesse o ultimo ‘bis’ do pacote, e em que mais uma vez pensava em que diabos leozinho estaria fazendo naquele momento: - Sangue. Sangue. Sangue.
Praticamente uma hemorragia. Acompanhada de tensão. Isso soaria muito familiar a qualquer mulher de fluxo regular, mas não, desta vez a Tê Pê Ême não era menstrual. Danem-se os quilos, o bis, o fulano.

O seu dia junkie mulher maravilha estava apenas começando.

Band-Aid. Gase. Esparadrapo. Merthiolate. Mercúrio Cromo ( ainda existe?! ). Putamerda. O Blindex do banheiro da matriarca não tinha um horário mais inconveniente pra resolver estilhaçar? A então Nilde pseudo namorada atenciosa larga o cargo e assume o papel de pseudo-enfermeira, detentora de um nada pseudo-sono. Matriarca remendada, tudo em ordem.

Ordem. Cumprir ‘ordem’ é justamente a próxima missão: nilde mulher maravilha motorista. Duas horas da tarde. Um pijama. Oitenta quilômetros por hora. Vinte quilômetros de distancia. Oito musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos. Quatro ciclistas filhosdaputa. Dois inocentes cães sendo levados ao banho. Zero de paciência.

Cães entregues ao Carioca, seu personal style. Serviço cumprido.
Comprido seria o caminho de volta ao seu tão sonhado lar. Duas e cinqüenta da tarde. . Oitenta quilômetros por hora. Vinte quilômetros de distancia. Oito musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos. Quatro ciclistas filhosdaputa. Dois inocentes cães entregues ao banho. Menos quinze de paciência ( -15 ). E claro, uma mensagem pro leozinho. Quatro e trinta. Oito lombadas. Praça Bacuri. Praça Açaí. Quadra um. Dois. Três. Quatro. Quinze. Ponto morto e enfim, lar. Pseudo-doce-lar.

Quatro e trinta e dois minutos. Fodam-se as oito lombadas. O porteiro inxirido. A cancela. E a putaqueopariu. Cem quilômetros por hora. Vinte quilômetros de distancia. Seis musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos. Nove ciclistas filhosdaputa.Cinco pedestres prestes a virar presunto. Dois inocentes cães pegues no banho. Menos cinqüenta de paciência ( -50 ). Nada de mensagem pra ninguém. Que o mundo se foda.

Cinco e oito minutos. Pane geral no carro. Pijama. Avenida Docadesouzafranco. Pegeout Assistence. Ódio. Zero oitocentros. Ódio. Nona sinfonia de Bethoven. Ódio. Carro sem seguro e garantia. Ódio triplo. Ódio da escuridão da sua ignorância automobilística. Ódio do pijama. Ódio do manual de instruções. Ódio das inocentes e tão perfumadas cadelas no banco de trás. Ódio da irmã. Da mãe da mãe. Da mãe e da putaqueopariu. Menos do Leozinho, é claro.

Cinco e cinqüenta e cinco minutos. Ódio também do Murphy e da tal da sua lei e seus postulados. Cento e dez quilômetros por hora. Pijama. Vinte quilômetros de distância. Quatro musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos ou menos, não lembra. Não reparou nos ciclistas filhosdaputa. Cães sacodindo no banco traseiro. Menos cento e cinquenta de paciência ( -150 ). Seis e quinze . Oito lombadas. Praça Bacuri. Praça Açaí. Quadra um. Dois. Três. Quatro. Quadra Quinze. Ponto morto e enfim, lar. Pseudo-doce-lar.

Quinze minutos pro banho, pro leozinho, pra maquiagem, pro francês instrumental. Shampoo nos olhos. Sabão no teclado. Tudo fora do lugar. E leozinho, onde está?
Tempo estourado. O seu dia junkie mulher maravilha ainda não terminou.

Seis e trinta e dois. Cento e dez quilômetros por hora. Vinte e dois quilômetros de distancia. As mesma quatro musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. Leozinho. Dor na consciência. Barão vermelho. Leozinho. Congestionamento. Estádio Evandro Almeida, Baenão. Leozinho. Nó na garganta. Embreagem. Freio. Embreagem. Freio. Ponto morto e enfim, français instrumental. Bate papo acerca de baladas junkies com o amigo pseudo-junkie. Benson’s e au revoir. Duas garrafas da cerveja que desce redondo. Cinco hollywoods. Um zilhão e quinhentas mil reclamações. Menos dois neurônios. Mais duzendos de paciência ( +200)

Na ceia: um tylenol.

ps: os dados presentes neste relatório são meramente ilustrativos.

31.1.07

eni à ó tíl !

digo sim pra festas, pra fugas, pra desordem, pros pulsares, pros olhares, pros impulsos, pro ócio, pro livre, pros livros, pras teses, pra ações, pra bananas, pra cigarros, pra aguardente , pro gozo, pra fulanos, pra romanos, pros romanticos, pro exótico, pro erótico, pro narcótico e até pro neurótico.

digo não pra delongas, pro drama e pro pós-moderno.


p.s: nunca soube dizer não.